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  • Foto do escritorGuilherme Cândido

"Na Mira do Perigo" traz Liam Neeson em história para lá de batida

Apesar de ser um ator dramático aclamado no mundo inteiro, Liam Neeson foi capaz de construir uma persona de astro de filme de ação que alcançou um sucesso tão grande quanto surpreendente, afinal, não estamos falando de um ator jovem ou em início de carreira.


Luc Besson, nome por trás de sucessos como O Profissional e O Quinto Elemento, arriscou ao apostar no protagonista de Kinsey – Vamos Falar de Sexo para assumir um projeto totalmente focado na ação. Afinal, Apesar do porte físico e da voz grave, o máximo que Neeson chegou perto desse gênero foi quando estrelou Star Wars – A Ameaça Fantasma. Busca Implacável não apenas conquistou sucesso mundial, rendendo continuações e uma série de TV, como estabeleceu o veterano irlandês como astro de ação, numa reviravolta a qual poucas carreiras já se submeteram.


Hoje, já consolidado como o rosto de produções que há alguns anos representavam o último recurso de estrelas dos anos 80 em decadência, como Dolph Lundgren, Liam Neeson trouxe credibilidade a um gênero desesperado por renovação. Seu alcance dramático, muito bem-vindo, passou a soar como um diferencial, justificando lançamentos nos cinemas ao invés de no mercado digital.


Ele também abriu as portas para que outros atores experientes pudessem ser resgatados, como Mel Gibson, Pierce Brosnan e Jackie Chan. Mas ainda que tenha desfrutado de uma filmografia que ainda inclui sucessos de público e crítica como Vingança a Sangue Frio e Desconhecido, Liam Neeson finalmente experimenta um declínio nessa prolífica fase de sua carreira.


Ver o ator quase septuagenário emular o típico brutamontes veterano que aceita proteger um jovem mexicano, é testemunhar a falta de roteiros decentes em sua mesa, problema que já acometeu (e continua acometendo) tantas outras estrelas. Infelizmente, senhor Neeson, Rambo: Até o Fim já foi feito.


Menos ofensivo, mas não tão superior, Na Mira do Perigo (um título que já diz tudo) pega emprestado vários elementos do filme protagonizado por Sylvester Stallone (que por sinal, já não era original), e os emprega numa estrutura de road movie recheada de clichês e estereótipos. Estão lá os vilões mexicanos (sempre conectados a carteis), as noites passadas em hotéis baratos que culminam em fugas desesperadas e o esperado melodrama envolvendo o personagem de Neeson e seu protegido, por exemplo.


Liam Neeson pode até ser (e é) talentoso, mas não está imune a performances no piloto automático, pelo visto, e o que poderia ser a salvação do filme, se torna apenas mais um buraco na barca furada que é The Marksman (na versão original).


Previsível, insosso e sem criatividade alguma, pouco sobra para ser aproveitado, o que talvez seja um sinal para que seu astro dê por encerrada sua trajetória no mundo da ação.


NOTA 3,5


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