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Mesmo com Eddie Murphy, 'A Última Missão' sofre para provocar o riso

  • Foto do escritor: Guilherme Cândido
    Guilherme Cândido
  • há 3 dias
  • 2 min de leitura

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Ao final de A Última Missão, nova comédia de ação a se misturar ao catálogo do

Prime Video, o que mais impressiona não é a natureza genérica do projeto, os baixos valores de produção ou a direção medíocre de Tim Story, mas sim o simples fato deste ter Eddie Murphy e Pete Davidson em seu elenco e mesmo assim ser incapaz de emplacar duas piadas seguidas.

 

Mais famoso por ter comandado o Quarteto Fantástico de 2005 e sua continuação, o cineasta não é um novato nesse tipo de projeto, tendo comandado Gisele Bündchen no bobo Táxi (2004) e Ice Cube no esquecível Policial em Apuros (2014). O problema é que The Pickup (no original) não funciona como ação, muito menos como comédia.

 

A trama escrita por Kevin Burrows e Matt Mider (do Original Netflix O Pacote), apresenta Murphy como Russell, o segurança de um carro forte prestes a largar a profissão para abrir um negócio com a esposa vivida por Eva Longoria (a eterna Gabrielle da série Desperate Housewives), cujo casamento completa 25 anos justamente no dia em que acaba enfrentando um roubo. A mente por trás do crime é vivida por Keke Palmer (Não! Não Olhe!), que extrai todas as informações que precisa após passar uma noite com o personagem de Davidson (Morte. Morte. Morte), Travis, o parceiro novato de Russell que sonha virar policial.

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Não bastasse incluir o clichê antecipado pelo título brasileiro, o roteiro investe em piadas que já não tinham graça há vinte anos, apelando para flatulências, insultos e montagens musicais que expõem as diferenças entre os protagonistas. Falando neles, é triste ver Eddie Murphy, um comediante genial, limitar-se a expressões de nojo e olhares de reprovação, da mesma forma que Davidson desperdiça seu carisma em sequências sem qualquer inspiração. Já a ação depende de explosões em câmera lenta e tiroteios inócuos, pois Story jamais consegue injetar energia em suas cenas.

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Para piorar, o texto martela conceitos como se não estivéssemos prestando atenção (espere ouvir mil vezes sobre bodas de prata), além de soar problemático ao trazer a personagem de Eva Longoria sempre acompanhada de um tema latino. Espere também por tiradas envolvendo negros e idosos (nenhuma particularmente eficiente). Uma das poucas piadas que acaba funcionando, aliás, é reciclada de um discurso feito pelo próprio Eddie Murphy durante uma cerimônia do Globo de Ouro, quando tirou sarro da situação envolvendo Will Smith e Chris Rock no Oscar.

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Ao invés de seguir a Apple, que há tempos prioriza qualidade à quantidade, o Prime Video da Amazon parece trilhar o caminho da Netflix, cuja linha de produção vastamente mais robusta, no entanto, frustrará qualquer concorrente que se dispuser a tirar sua posição como referência absoluta na receptação de produtos de qualidade questionável.

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Forçando gags e abusando de sequências numa estrada aparentemente sem fim, A Última Missão não faz jus ao talento de seu elenco, mas deve acabar na tela de algum assinante desavisado enquanto o Prime Video o mantiver em destaque. Se for o seu caso, role a tela um pouco mais até achar o recente Chefes de Estado, um passatempo muito mais divertido.


NOTA 4

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