Retrospectiva Karatê Kid #5: Karatê Kid (2010)
- Guilherme Cândido
- 2 de mai.
- 12 min de leitura

Dezesseis anos após o fracasso retumbante de Karatê Kid 4 – A Nova Aventura, a franquia retorna aos cinemas completamente revigorada. Com a morte de Pat Morita em 2005, não restou alternativa ao produtor Jerry Weintraub senão repensar o futuro da cinessérie, efetuando um reboot completo, mas sem desprezar a fórmula de sucesso criada por Robert Mark Kamen. Com uma ideia original do roteirista em mãos, Weintraub foi ao mercado e o útil uniu-se ao agradável. O veterano buscava parceiros para tocar a produção enquanto Will Smith esperava pela oportunidade perfeita para promover a carreira do filho Jaden.
Aos doze anos, o pequeno e mirrado rebento da família estelar treinou por três
meses para chegar às habilidades demandadas pelo papel, que, diga-se de
passagem, se encaixava na proposta de rejuvenescer a série. Com o protagonista escolhido, restava saber quem interpretaria seu “sensei”. Danny Trejo, estrela dos filmes B Machete, chegou a ser cogitado, mas o patrocínio de um fundo de investimento chinês falou mais alto.

Ambientada no país asiático, nada mais natural do que optar por um astro local e o acerto não poderia ter sido maior. Embaixador das artes marciais no ocidente e um dos mais consagrados e queridos astros de Hollywood, Jackie Chan chegou para elevar o nível da produção. Sua influência é tamanha, que o próprio Will Smith chegou a declarar numa entrevista ter conseguido regalias graças a Chan, como uma raríssima permissão para gravar na Cidade Proibida, algo que não acontecia desde 1987, quando Bernardo Bertolucci rodou cenas de O Último Imperador.

A ambientação foi apenas o primeiro passo em direção a mudanças radicais, com a maior e mais óbvia delas fazendo referência ao título do filme, que apesar de permanecer Karatê Kid (a marca é valiosa demais para ser abandonada), retrata os ensinamentos da arte do Kung Fu, o que faz sentido levando em consideração o país no qual a história é contada. Embora brusca, essa substituição é encarada com bom humor pela trama, lustrado por uma fala da mãe do herói (“Karatê, Kung Fu... é tudo a mesma coisa!”).

Essa desfaçatez não chega a ser tão ofensiva quando percebemos que a essência da série é mantida. O argumento escrito por Kamen apenas moderniza a fórmula tão explorada nos anos oitenta, contando a história de um jovem forasteiro enfrentando dificuldades para se defender dos valentões locais e descobrindo que as artes marciais são muito mais do que uma forma de conseguir paz. A alma da narrativa também permanece intacta, uma vez que o Sr. Han de Jackie Chan e o Dre de Jaden Smith formam um laço tão forte quanto o de Miyagi e Daniel LaRusso. Este último, aliás, faria uma participação especial, mas Ralph Macchio recusou o convite dos produtores, incomodado com a nova direção tomada. “Não era mais meu lance, agora é o lance deles”, disse à época.

O lance, na verdade, passava pela proposta de rejuvenescer não só o elenco, mas a base de fãs. Por isso, é compreensível que esta nova versão, por assim dizer, mire num público-alvo em idade escolar (não necessariamente adolescente), bebendo da mesma fonte do filme original, ao invés de apelar para a nostalgia e fisgar aqueles que estiveram nos cinemas para acompanhar as aventuras de Daniel-san e Sr. Miyagi.

Comercialmente, a estratégia foi bem-sucedida, rendendo mais um hit para a Columbia (agora sob o controle da Sony). Só para se ter uma ideia, o novo Karatê Kid superou seu orçamento já no final de semana de estreia, arrecadando 55 milhões de dólares e cobrindo com sobras os 40 milhões gastos. Ao todo, foram mais de 350 milhões ao redor do mundo, sendo 176 milhões apenas na América do Norte. Uma quantia tão expressiva, que o anúncio da continuação era uma questão de tempo, mas falaremos disso mais tarde.

Artisticamente, a produção cumpriu sua principal missão: desfazer a impressão ruim deixada pelos dois filmes anteriores. Parte desse sucesso se deve à inteligente abordagem do iniciante Christopher Murphey, sucedendo Robert Mark Kamen (responsável pelo argumento) no cargo de roteirista. Murphey mantém a ideia de modernizar sem grandes alterações. E o faz mesclando reverência e bom humor, como na cena em que o Sr. Han insinua tentar capturar uma mosca com hashis (da mesma forma que o Sr. Miyagi em 1984), surpreendendo ao sacar um mata-moscas, num claro aceno a Daniel-san, cuja sugestão finalmente é aceita.

O respeito de Murphey ao material original é identificado pelas várias referências deixadas ao longo do caminho. Algumas, introduzidas de forma sutil e orgânica: Em um instante, por exemplo, quando Han e Dre visitam a “Cabeça do Dragão”, é possível ver uma mulher praticando a técnica da garça enquanto encara uma cobra (Daniel venceu um Cobra Kai com um chute bem peculiar...); Han é visto aplicando cera num carro; outras nem tanto: as “mãos curadoras” de Han, a rasteira do vilão, frases como “não existe mau aluno, apenas mau professor”, “foi ele quem me atacou”, “sem fraqueza, sem dor, sem piedade”, entre outros.

Curiosamente, são homenagens escancaradas como essas que rendem os melhores momentos do filme. Há sequências do longa de 1984 reproduzidos quase integralmente, como o protagonista escapando de uma surra graças ao mestre, a irritação dele ao não aprender lições tradicionais, assim como a “prova” de que ele está, de fato, treinando, embora sem perceber. Essa cena, um dos ícones do filme original, quase alcança o mesmo nível de grandiosidade, provocando empolgação parecida.

Méritos também para o diretor Harald Zwart, que é extremamente eficiente quando sua única função é replicar o que deu certo. Já quando é preciso alguma perícia adicional, o holandês nega fogo. Responsável pelo fraco O Agente Teen (2003) e pelo fraquíssimo A Pantera Cor-de-Rosa 2 (2009), Zwart estraga a maioria das sequências de ação, adotando uma câmera nervosa e sempre mal posicionada (quando não a coloca acima da cabeça de um dos lutadores, a deixa no canto do ambiente) que fica ainda pior quando combinada aos cortes frenéticos da montagem de Joel Negron, acostumado às bagunças do diretor Michael Bay. Dessa forma, fica difícil acompanhar a coreografia das lutas, um dos pontos fortes da franquia.

É impossível mencionar os combates corporais da produção sem lembrar de Jackie Chan, uma das maiores referências do assunto. Famoso pelas composições bem humoradas, Chan dessa vez tem a inédita oportunidade de assumir um papel essencialmente dramático, pois o Sr. Han, a despeito do Sr. Miyagi, também carrega um passado traumático. Surgindo em cena com um cavanhaque desleixado e um semblante cansado, o ator nascido em Hong Kong, evita os sorrisos (sua marca registrada), optando por uma expressão triste que aos poucos é modificada. Trazendo décadas de bagagem cinematográfica, sua escalação ganha tempo para o roteiro, que não precisa se esforçar para fazer o espectador comprar a ideia de um zelador como Han ser, também, um perito na arte do Kung Fu.

Muitos subestimam Jackie Chan, negando-se a reconhecer a forma única com que se dedicou a apresentar as lutas em seus filmes. Assim como Chaplin e na mesma linha de Buster Keaton, sua energia é combinada com um humor físico que só rivaliza com sua criatividade. No entanto, os fãs que estiverem esperando pelas coreografias irreverentes vistas em seus projetos como protagonista, sairão decepcionados, pois o único momento em que o vemos lutar usando adereços do cenário acabou cortado. Trata-se justamente da sequência final e traria o Sr. Han saindo na mão com o treinador do rival de Dre (encarnado pelo mesmo Rongguang Yu com quem contracenou em Bater ou Correr, de 2000), numa longa referência às obras clássicas estreladas pelo ator vencedor de um Oscar Honorário em 2017. Esse desfecho alternativo, inclusive, está no YouTube e você pode conferir abaixo.
Em contrapartida, para que Karatê Kid pudesse passar nos cinemas do país asiático, foi preciso mais do que eliminar cenas (como a do beijo interracial e as do bullying), e, sim, uma reconfiguração completa da história. O propósito era transferir a vilania dos lutadores chineses para Dre, lembrando aquela famosa teoria virtual que defende a tese de Daniel-san como o verdadeiro antagonista do primeiro capítulo. Mais do que um debate, aqui sequências inteiras foram reeditadas de forma que Dre começasse as brigas.

Não exatamente uma edição, ao invés do discurso pacifista, buscando uma reconciliação histórica entre povos beligerantes, o novo Karatê Kid prefere olhar para questões internas, dando peso especialmente ao bullying, aqui ilustrado com muito mais gravidade. O tema, aliás, é tratado com extrema seriedade na China, cujo Cinema produziu o forte Dias Melhores (2019), nomeado ao Oscar de Melhor Filme Internacional. O script também reserva espaço para tecer comentários sobre a decadência de Detroit (impactada pela crise das companhias automotivas), motivo que leva a mãe de Dre a se mudar para a capital chinesa.

Vivida pela excelente Taraji P. Henson, indicada ao Oscar no ano anterior por O Curioso Caso de Benjamin Button, Sherry Parker é mais um papel forte na carreira da atriz que voltaria a encantar anos mais tarde com o ótimo Estrelas Além do Tempo (2016). Henson compõe Sherry como uma mãe cuja personalidade superprotetora acaba sendo um traço cômico, visto que o tempo maior de tela em relação à sua antecessora permite interações que rendem boas gargalhadas. Seu timing cômico também é utilizado para motivar aquela que se tornou a sequência mais emblemática desse remake, reclamando sobre o fato de Dre sempre jogar seu casaco no chão.

“Wax on, wax off” da nova geração, o “bota casaco, tira casaco”, na verdade, não estava presente no roteiro originalmente. Quem deu a ideia foi ninguém menos que Jackie Chan, pegando emprestado a forma heterodoxa com que Miyagi ensinava movimentos de karatê a Daniel-san, para embasar o aprendizado de Dre, numa lição que posteriormente seria brilhantemente ilustrada por uma tomada e um diálogo entre o garoto e a mãe (“Não aprendi nada”, diz ele enquanto finalmente pendura o casaco, para a hilária perplexidade de Sherry).

Apesar de ter enfrentado resistência por parte dos fãs mais saudosistas, o primeiro trabalho de Jaden Smith como protagonista impressiona: provando ter herdado o carisma do pai, ele sequer precisaria da companhia de Jackie Chan, podendo carregar o filme nas costas. Com timing invejável e repertório cômico (ele acerta também no humor físico), Smith se equilibra com segurança entre a comédia e o drama (somando pontos preciosos com a intensidade que transmite na cena em que o protagonista pede à mãe para deixar a China). Obviamente, porém, o que mais chama atenção é a habilidade física do ator mirim, absolutamente convincente ao executar os movimentos de Kung Fu.

Nesse aspecto, ele quase é sabotado pela supracitada incompetência da direção. Talvez por isso, haja tantos planos abertos de seu treinamento e, posteriormente, até constrangedores (e inacreditáveis) replays de seus golpes no torneio (sim, também há um torneio). Outra escolha questionável por parte da produção pode ser constatada na tentativa de tornar as lutas mais vigorosas, apresentando crianças desferindo socos e chutes com uma potência completamente inverossímil. Se a narrativa mantivesse o tom realista, os competidores certamente sairiam com costelas quebradas ou até desmaiadas.

Christopher Murphey, infelizmente, não escapa ileso e Robert Mark Kamen deve ter ficado embaraçado com a sabedoria fajuta de frases como “se você pensa com olhos, é fácil de ser enganado” ou a franqueza explícita do interesse amoroso de Dre (“não podemos mais ser amigos, você é ruim para a minha vida”). Murphey se sai pior ainda ao trazer um componente sobrenatural para a trama (a água bebida de uma fonte sagrada), desnecessariamente despertando questionamentos acerca das habilidades adquiridas pelo protagonista e, pior, correndo o risco de descredibilizar sua vitória.

Outro ponto negativo é a manutenção do olhar estereotipado de Hollywood para os povos asiáticos (“todo chinês sabe kung fu, mãe”, chega a dizer Dre), além de manter a ojeriza norte-americana às legendas, com a abundância de chineses falando inglês fluentemente (até mesmo o vilão principal). Se Dre chega a falar “água” em português (ele explica que seu tio namorou uma brasileira), qual seria o problema de impor dificuldades linguísticas aos personagens? Ironicamente, um ano antes vimos Tarantino driblar espetacularmente esse problema em Bastardos Inglórios, mas esperar o mesmo de Harald Zwart seria leviano. Em contrapartida, verdade seja dita, Zwart faz um bom trabalho ao contextualizar a vida de Dre numa só tomada (aquela em que o menino encara a soleira de uma porta), num exemplo perfeito de economia dramática sem recorrer a diálogos expositivos. Do mesmo jeito, é preciso reconhecer a inspiração da montagem paralela que aproveita um recital de piano para salientar a tensão de uma corrida contra o tempo.

Como é possível ver, até a montagem de Joel Negron merece alguns elogios. Não em função dos óbvios raccords (com direito a uma transição de Dre para um troféu), mas sim pelo bom ritmo e pela edição do torneio. Depois de aumentar a importância do estiloso competidor de azul (cuja iminente derrota será utilizada para que o público tema pelo destino do protagonista), o montador sintetiza a passagem do tempo ao som de Red Hot Chilli Peppers. Falando nisso, Karatê Kid honra o legado da franquia ao trazer canções de pesos pesados da Música, como AC/DC, The Roots e Lady Gaga. Já para a canção-tema, os produtores apostaram numa colaboração entre o próprio Jaden Smith (por quê não investir também na carreira musical do filho?) com o até então fenômeno da internet Justin Bieber. “Never Say Never” fez um sucesso tremendo, mas não chegou ao Oscar como “Glory of Love” em 1984. Confira abaixo.
Enquanto isso, para o lugar do compositor Bill Conti, a produção contratou o mestre James Horner, cujo histórico trabalho em Avatar tinha acabado de ser derrotado no Oscar. Duplamente premiado por Titanic, ele também assinou a música de clássicos como Aliens: O Resgate, Star Trek: A Ira de Khan, Campo dos Sonhos, Jumanji, Coração Valente e Uma Mente Brilhante. Somente alguém com um currículo como esse poderia encarar o desafio de suceder Conti e suas belíssimas melodias à base de flautas. Horner, no entanto, realizou um de seus trabalhos mais discretos, ainda que eficiente ao referenciar seu predecessor (preste atenção durante a sequência na Grande Muralha). Cinco anos depois, o maestro faleceria em um acidente aéreo (ele era piloto), quando seu avião, um turboélice Embraer EMB-312 Tucano, caiu na Floresta de Los Padres, na Califórnia.

Em relação à fotografia, Roger Prett (indicado ao Oscar por Fim de Caso em 2000), incorpora as tomadas aéreas para aludir às imagens clássicas do início da cinessérie, beneficiando-se por tabela das paisagens chinesas e criando planos memoráveis a exemplo daquele em que Sr. Han e Xiao Dre (“pequeno Dre”, como é chamado) estão treinando na Grande Muralha. O país asiático, vale dizer, com suas florestas, seus templos e suas ruas movimentadas, dão um aspecto singular a este capítulo, integrando-se bem à cultura local e jogando luz sobre as belezas locais. Prett usufrui até mesmo de monumentos olímpicos, palcos dos Jogos de Verão de 2008 e que posicionam historicamente a produção.

Esses pontos turísticos, claro, não foram escolhidos a esmo, até porque, lembremos que Karatê Kid foi cooptado pelos Smith como um mero projeto familiar (nada como uma visita ao Ninho do Pássaro após um longo dia de gravações). Não há, sequer, um esforço para disfarçar as intenções de Will e Jada, ausentes do elenco, mas vistos ao final dos créditos em fotos (álbum de família? Diário de viagem?) dos bastidores ao lado do filho, que apesar da mãozinha dos poderosos pais, tem talento o bastante para fazer sua parte.

Culminando num torneio que abarca todos os beats do longa-metragem original, incluindo um pedido de golpe baixo por conta do treinador adversário, Karatê Kid (que só não foi Kung Fu Kid porque Jerry Weintraub vetou) tinha tudo para se tornar o início de uma nova trilogia. O sucesso de bilheteria junto à recepção favorável da Crítica, agilizou a produção de uma sequência, que traria de volta Jaden Smith, Jackie Chan e Taraji P. Henson, agora dirigidos por Breck Eisner, do bom A Epidemia, lançado no mesmo ano. O tempo passou e após muitos vaivéns, Jackie Chan finalmente veio a público dizer que apesar dos esforços, a produção jamais chegou a um roteiro satisfatório.

Sem previsão de retornar aos cinemas, a franquia foi parar no streaming, com Cobra Kai quebrando recordes de audiência. Inicialmente exibida no YouTube Red, a série acabou adquirida pela Netflix, ampliando consideravelmente a base de fãs. Ao invés de seguir a velha fórmula concebida por Robert Mark Kamen, os criadores Josh Heald, Jon Hurwitz e Hayden Schlossberg decidiram trabalhar em cima das lacunas deixadas pelo roteirista. Mudando o foco para Johnny Lawrence, o trio trouxe de volta praticamente todos os personagens relevantes, com o diferencial de manter seus intérpretes originais. Assim, William Zabka, Ralph Macchio, Martin Kove, entre outros, puderam reprisar seus papéis. Kove enfim recebeu a chance de desenvolver seu Kreese, escanteado no terceiro filme, assim como abriu-se espaço para resolver outras questões pendentes (antigas rivalidades, amores do passado...).

Costurando novas tramas a partir do aprofundamento em velhas histórias, Cobra Kai apontou a direção certa para a marca Karatê Kid, agora com os retornos de Ralph Macchio e Jackie Chan. O aproveitamento da figura de Mr. Han, diga-se, contradiz Macchio, que numa entrevista descartou a versão de 2010 como parte do cânone (“apenas os que conheceram o Sr. Miyagi e interagiram com ele são canônicos”).

A Sony/Columbia pensa diferente e bastou dar uma olhada na aclamação de Cobra Kai para autorizar o desenvolvimento de mais um capítulo da cinessérie. Quem assumiria a função do Sr. Miyagi? “Já há um sucessor, é só trazer Jackie Chan de volta!”, algum executivo deve ter sugerido. Com isso, o que era para ser um remake de Karatê Kid – A Hora da Verdade, sofreu um retcon (continuidade retroativa, em tradução livre), entrando no cânone como uma sequência indireta em virtude da combinação de personagens de ambos os filmes.

Mais nova expansão do universo da franquia, a estreia de Karatê Kid: Lendas está prevista para 8 de Maio no Brasil (22 dias antes do lançamento nos Estados Unidos).
NOTA 6