Shia LaBeouf exorciza problemas do seu passado no forte "O Preço do Talento"
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  • Foto do escritorGuilherme Cândido

Shia LaBeouf exorciza problemas do seu passado no forte "O Preço do Talento"

Atualizado: 27 de jul. de 2022

Dono de uma carreira inicialmente promissora, mas aos poucos abalada por atitudes controversas consequentes de seu temperamento explosivo e volátil, Shia LaBeouf tinha tudo para figurar entre os grandes nomes da Indústria de Cinema atual. Dotado de um talento que o permite soar natural mesmo nas circunstâncias mais adversas, LaBeouf também sempre foi carismático. Entretanto, após uma série de episódios polêmicos, hoje ocupa lugar no obscurantismo hollywoodiano, longe dos blockbusters que costumava estrelar e já sem a atenção dos grandes diretores. Após uma ascensão meteórica, LaBeouf emendou sucessos como Paranoia, Transformers e Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal, estabelecendo-se como um astro capaz de atrair a atenção de diretores do calibre de Steven Spielberg, Lars Von Trier e Oliver Stone.


Honey Boy (no original), foi escrito pelo próprio Shia LaBeouf durante uma reabilitação forçada após uma condenação por intoxicação em público. Corajoso ao despir-se de qualquer vaidade para contar a própria história, LaBeouf provou, também, ser um roteirista dos mais elogiáveis. Mas ainda que tenha concebido uma história forte, seu roteiro beneficia-se imensamente da competência de sua diretora, Alma Har'el.


Capaz de trazer ainda mais intensidade à já densa história de vida de LaBeouf, Har'el é inteligente ao transformar O Preço do Talento numa experiência excruciante, mas que não perde a doçura. Afinal, o protagonista é uma criança cheia de sonhos, mesmo que frequentemente vilipendiada pelo tóxico pai, este vivido por ninguém menos que o próprio Shia LaBeouf.


Exibindo a mesma força espontânea de sempre, o ator oferece uma de suas melhores performances, ao mesmo tempo em que supera o desafio auto imposto de personificar uma figura que claramente é encarada por ele como danosa para sua vida. Ao mesmo tempo, o jovem Noah Jupe (de Um Lugar Silencioso) é competente ao ilustrar resiliência, construindo ótimas cenas ao lado de LaBeouf, como os intensos embates dentro de um quarto de hotel.


A direção de arte, eficaz ao transformar aquele diminuto aposento num símbolo do próprio microcosmo do protagonista, que se vê preso a uma figura tóxica que parece existir apenas para usufruir de seu talento, embora insista em dizer o contrário. Por outro lado, o calor humano evidenciado nas interações com os demais “vizinhos” traz um alívio em meio à pesada atmosfera.


Propondo ao espectador uma viagem intimista pelo início conturbada da vida de Shia LaBeouf, O Preço do Talento é um filme forte e que merece créditos principalmente em função das circunstâncias em que foi concebido. Um tour de force de um ator extremamente talentoso, mas que não conseguiu se manter no caminho do sucesso. Que a repercussão positiva trazida pela produção seja capaz de renovar os ânimos de Shia LaBeouf.


NOTA 7,5


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